17 março 2013

Pessoalmente




"Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos bem" [Millôr Fernandes].

Entre os encontros e desencontros da vida, recordo-me de uma palavra que soa com ligeira inexatidão, por causa das dúvidas causadas por ela. Hoje, está mais viva, questionando, indagando, martelando os meus pensamentos, na busca de uma resposta para o "pessoalmente". Isso porque somos, sutilmente, tragados pela síndrome do não-pessoalmente. Um mistério aguardando ser revelado. Gosto da frase de Mário Quintana, quando afirma que "a arte de viver é simplesmente a arte de conviver [...]". Nos perdemos em nossos olhares de vidro, em nossos ouvidos sem fio, em nossas cartas sem papel. Estamos à mercê do novo, sem saber que o novo afasta as mãos de se tocarem, os rostos de se verem, o olfato de sentir... pele na pele!! Olho no olho! Mão na mão! É isso que oferece o pessoalmente! Certamente, com algumas implicações a mais. E, talvez, por causa dessas implicações, seja tão mais difícil viver pessoalmente! Já que,  como conclui o próprio Mário Quintana: "Mas como é difícil" [conviver].

Midi Mafra

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