18 maio 2011

O Amor de Deus

No universo de minhas leituras, tive o prazer de me envolver com a deliciosa e profunda obra intitulada O impostor que vive em mim, cujo ator, Brennan Manning, faz uma abordagem sobre o alguém que somos, aparentemente. Numa busca incessante por descobrir quem eu realmente sou, sem máscaras, sem tentar agradar a outros, descobri a grandeza do Amor de Deus, o qual me aceita e me acolhe exatamente como eu sou! É esse Amor que me preenche! E, por uma razão incompreendida, esse Amor é suficiente para mim.

Quero compartilhar com vocês um trecho do capítulo 4, O Filho de Aba, do referido livro. Mike Yaconelli, co-fundador da Youth Specialties, conta sobre o tempo em que, abatido e desmoralizado, arrastou-se pesadamente com sua esposa, Karla, até Toronto, Canadá, para um retiro na comunidade L'Arche [A Arca]. Ele foi com a esperança de obter inspiração das pessoas com deficiências físicas e mentais que viviam ali, ou buscar alívio na presença e na pregação de Henri Nouwen. Em vez disso, encontrou o eu verdadeiro. Ele conta a história que se segue:
  
  "Levou apenas algumas horas de silêncio antes de começar a ouvir minha alma falar. Demorou pouco até descobrir que não estava sozinho. Deus estava tentando gritar mais alto do que a barulheira da minha vida, contudo, eu não podia ouvi-lo. Mas, na calmaria e na solitude, seus sussurros gritaram de dentro da minha alma: "Michael, estou aqui. Tenho-o chamado, mas você não me escutou. Consegue me ouvir, Michael? Eu amo você. Sempre o amei. Esperava que você me ouvisse dizê-lo. Mas você tem estado tão ocupado tentando provar para si mesmo que é amado, que nem me ouviu".
Eu o ouvi, e minha alma sonolenta encheu-se com a alegria do filho pródigo. Minha alma foi despertada por um Pai amoroso que tem procurado e esperado por mim. Finalmente aceitei minha transgressão... Nunca tinha me acertado com isso. Deixe-me explicar. Eu sabia que estava quebrado. Sabia que era pecador. Sabia que decepcionava Deus continuamente, mas nunca consegui aceitar esse meu lado. Era uma parte que me envergonhava. Sentia continuamente a necessidade de me desculpar, de fugir da minha fraqueza, de negar quem eu era para me concentrar em quem deveria ser. Estava quebrado, sim, mas tentando continuamente nunca mais me quebrar de novo — ou, pelo menos, chegar a um lugar em que raramente estivesse quebrado.
Em L'Arche, tornou-se muito claro, para mim, que não havia entendido completamente a fé cristã. Cheguei a perceber que Jesus me fortalecia em minha transgressão, impotência e fraqueza. Era na aceitação da falta de fé que Deus poderia me dar fé. Era ao acolher minha transgressão que poderia me identificar com a transgressão dos outros. Meu papel era identificar-me com a dor de outros, não aliviá-la. Ministrar era compartilhar, não dominar; entender, não teologizar; cuidar, não consertar.
O que isso tudo significa?
Não sei... e sendo bem grosseiro, esta não é a questão? Sei apenas que em momentos específicos de nossa vida, ajustamos seu curso. Esse foi um desses momentos, para mim. Se você olhasse o mapa da minha vida, não perceberia nenhuma diferença notável, a não ser por uma ligeira mudança de direção. Só posso dizer que tudo parece diferente agora. Há uma expectativa, uma energia por causa da presença de Deus em minha vida que nunca experimentei antes. Só posso dizer-lhe que, pela primeira vez em minha vida, posso ouvir Jesus sussurrar todos os dias: "Michael, eu te amo. Você é o amado". E por alguma estranha razão, isso parece ser suficiente."
Para finalizar, deixo um vídeo que conta um pouco da trajetória de Derek Redmond. Defina-se radicalmente como o amado de Deus...desse Deus que te diz: Você é meu filho, o meu amado.



Midi Mafra

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