13 março 2009


“Daqui a cem anos, não importará o tipo de carro que dirigi, o tipo de casa em que morei, quanto tinha depositado no banco, nem que roupas vesti. Mas o mundo pode ser um pouco melhor porque eu fui importante na vida de uma criança.”

03 março 2009

"Você, homem ou mulher, criança, jovem ou velho, que é capaz de procurar em um livro, o alimento para a sua alma, a provocação para o momento de apatia, a solução para o momento de dúvida, o consolo para a hora do desespero.
Você, que é capaz de, lendo um livro, acrescentar-lhe a própria história e transformar qualquer livro em um livro sobre você!
Nos livros, estamos todos nós, está a humanidade, estão os registros de tudo aquilo que somos, que amamos, que esperamos e que queremos transmitir ao futuro."

Pedro Bandeira
O Mistério da Fábrica de Livros

Religião x Darwin


Antagonismo entre religião e ciência marca vida e obra de Darwin

O naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882), grande nome do evolucionismo e do pensamento moderno, representa, como poucos, o antagonismo entre religião e ciência, uma dualidade que não ficou restrita às suas obras e esteve presente também em sua própria vida.
Principal idealizador da teoria da evolução através da seleção natural, confirmada mais de um século depois pela genética, Darwin, que estudou para ser clérigo, foi e até hoje é questionado por ter atribuído à natureza faculdades que muitos consideravam e consideram exclusivamente divinas.
Popularmente, Darwin é conhecido como o cientista que descobriu que o homem descende do macaco, uma contraposição à versão bíblica que diz que Deus fez o ser humano a sua imagem e semelhança a partir de um punhado de terra.
Darwin acreditava que toda a vida na Terra evoluiu durante milhões de anos a partir de poucos ancestrais comuns e que, por meio de um mecanismo de seleção natural, chegou-se às espécies que hoje povoam o planeta.
Nascido em 12 de fevereiro de 1809, na cidade inglesa de Shrewsbury, dentro de uma família rica, Charles Robert Darwin desde pequeno mostrou grande interesse pelas ciências naturais.
Em 1825, seguindo os passos de seus pai e avô, começou a estudar para ser médico, mas, após dois anos, largou a faculdade de medicina e decidiu tentar ser ministro da Igreja da Inglaterra em Cambridge.
Mais interessado na natureza do que na teologia, começou a assistir voluntariamente às aulas do botânico e entomologista John Henslow, que acabou se tornando uma figura decisiva para que chegasse a ser quem foi, e não um clérigo rural como seu pai desejava.
Graças a Henslow, Darwin teve, aos 22 anos, a oportunidade de se integrar como naturalista voluntário à expedição comandada pelo capitão Robert FitzRoy a bordo da embarcação HMS Beagle.
O barco zarpou de Davenport em 27 de dezembro de 1831 e retornou à Inglaterra em 2 de outubro de 1836.
Nesses quase cinco anos de aventuras, Darwin conheceu as ilhas dos Açores e Cabo Verde, as costas da América do Sul, as Ilhas Galápagos, o Taiti, Nova Zelândia, Austrália e África do Sul, entre outros lugares.
Depois, começou sua "segunda vida", como ele mesmo definiu, dedicada à pesquisa e à ciência.
Ao voltar à Inglaterra, passou a trabalhar em um diário da viagem, que foi publicado em 1839, no mesmo ano em que se casou com sua prima Emma Wedgwood, e também começou a elaborar textos sobre suas observações geológicas e zoológicas.
Por sua cabeça já passavam algumas das ideias que, anos mais tarde, desenvolveu e publicou em "A Origem das Espécies" (1859).
Embora tenha tido consciência de que, "no final, tinha conseguido uma teoria com a qual trabalhar", durante vários anos se absteve de escrever até mesmo um esboço de suas ideias.
Acredita-se que isso se deva ao medo de escândalo e preconceitos, mas alguns também atribuem ao fato de que o cientista não queria ferir os sentimentos da mulher, uma cristã devotada.
Em 1842, redigiu 35 páginas, que aumentaram a 230 em 1844, mas só no começo de 1856 passaria a escrever a obra que lhe traria fama universal e despertaria a repulsa dos defensores da outrora dominante teoria criacionista, conforme contada pela Bíblia.
Em meio à tarefa, recebeu do pesquisador britânico Alfred Russell Wallace um breve manuscrito com uma teoria da evolução por seleção natural que coincidia com a sua.
Darwin não queria parecer um usurpador e esteve a ponto de esquecer para sempre sua teoria.
No entanto, se acabou buscando uma solução salomônica que satisfez ao próprio Wallace: resumir o texto de Darwin e apresentá-lo à Linnean Society junto com o trabalho do outro pesquisador e um trecho de uma carta de 1857 na qual constava um esboço da teoria darwiniana.
Após a apresentação e em só 13 meses e dez dias, foi redigida a obra "Sobre a origem das espécies através da seleção natural ou a preservação de raças favorecidas na luta pela vida".
No mesmo dia em que o livro foi lançado, em 24 de novembro de 1859, os 1.250 exemplares se esgotaram e, posteriormente, foi necessário fazer seis edições sucessivas.
Em 1860, o bispo Samuel Wilberforce ridicularizou as teses evolucionistas em uma sessão em Oxford, e com o mesmo brilho o zoólogo Thomas Henry Huxley defendeu a teoria de Darwin, que se manteve à margem da controvérsia.
Na época, o naturalista já era uma celebridade e há muitos anos tinha abandonado Londres para se instalar em Down, em pleno campo inglês, onde nasceu grande parte de seus dez filhos, dos quais só sete chegaram à idade adulta.
Em 1871, alimentou a polêmica criada com "A Origem das Espécies" com a publicação de "A Descendência do Homem e a Seleção em Relação ao Sexo", onde defendia a teoria da evolução do homem a partir de um animal similar ao macaco.
Foi membro da Real Sociedade (1839) e da Academia Francesa das Ciências (1878), e os últimos dez anos de sua vida foram dedicados às diversas pesquisas no campo da botânica.
Darwin morreu em decorrência de um ataque cardíaco em 19 de abril de 1882, e está enterrado na abadia de Westminster, como outros britânicos ilustres.
Lady Elizabeth Reid Hope, uma evangelizadora cristã, afirmou em 1915 que esteve com Darwin pouco antes de sua morte e que ele estava arrependido de suas teorias e reconhecia Jesus Cristo como o salvador da humanidade, mas sua família negou isso e hoje a afirmação é considerada lenda urbana.

02 março 2009

Show da Língua Portuguesa


'Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta.
Escreveu assim:

'Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a
conta do padeiro nada dou aos pobres. '

Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Moral da história:
'A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que fazemos sua pontuação.
E isso faz toda a diferença... '







"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas, por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede"
 
(Carlos Drummond de Andrade)

Uma mensagem de aluno: convite à reflexão


O texto abaixo foi enviado ao site Redação Criativa, por um aluno do segundo ano do Ensino Médio de uma escola do Rio de Janeiro. Preferimos não citar o seu nome e instituição de ensino, em função do que é relatado por ele, na presente mensagem.
Publicamos a correspondência na íntegra, sem revisões. Percebam a qualidade do texto, que denota clareza, coerência, excelente organização das idéias e pouquíssimos erros gramaticais. Aos educadores que visitam o nosso site, acreditamos que desabafos como esse podem servir para relevantes reflexões sobre o seu papel pedagógico.




Prezados amigos,
Primeiro dia de aula de redação, a professora se apresentou e disse que gostaria de fazer uma avaliação com os alunos para verificar o nível da turma. Pediu para que ninguém se preocupasse, pois não iria exigir muito da turma. O exercício constava em elaborar uma redação. O tema seria livre e não haveria nenhuma restrição quanto a quantidade de linhas do texto. O tempo previsto para o término da redação seria de uma hora e vinte minutos. Naquele exercício só haveria uma exceção, não seria admitido escrever sobre esportes. Na concepção da professora, esse era o tema mais explorado pelos alunos, ou seja, o mais “batido”.
De caneta na mão e papel rascunho em cima da mesa, comecei a pensar no que escrever. Em princípio, nenhuma idéia me veio à cabeça. O tempo começou a passar e nem ao menos havia decidido sobre qual assunto iria escrever. Após alguns calafrios e a sensação de que não iria conseguir fazer nada, surgiu a idéia de descrever aquilo que estava se passando comigo naquele momento. Após muito sofrimento, consegui redigir algumas linhas. Em torno de vinte.
No texto, descrevi sobre aqueles momentos e, também, sobre o fato de não poder falar sobre os esportes. E, numa infeliz referência feita no texto, perguntei se a professora, quando criança, não havia sofrido algum tipo de trauma nas aulas de educação física, simplesmente, pelo fato dela ter excluído o tema esportes. Realmente fui muito infeliz nessa colocação. Não tive a menor intenção de desmerece-la ou julgá-la. Entretanto, aquelas vinte linhas redigidas com a maior dificuldade, haveria de ser o meu martírio por muito tempo. E isso ocorreu depois da correção do teste. A professora ao corrigir o texto, fez alguns comentários que até hoje não consigo apagar de minha mente. Ela afirmou que existiam alunos despreparados, SEM NADA NA CABEÇA, que não sabiam falar de outro assunto a não ser aquele. A prova disso era aquele texto, ridículo, merecedor de um zero. Li uma, duas, três e reli várias outras vezes. Não conseguia acreditar naquilo. O texto feito com tanta dificuldade e sofrimento, porém com comentários tão pejorativos.
Na sala todos os outros alunos comentavam sobre o teste, menos eu. Peguei a redação e a escondi. Pedi licença a professora e fui chorar num canto do banheiro. Por ali, permaneci até ao final da aula. Foi uma experiência horrível da qual jamais comentei com ninguém. E o pior, foram as conseqüências do fato. Toda vez que a professora entrava na sala de aula sentia a maior vontade de sumir, de correr, de estar em qualquer lugar, menos ali. Foi um ano escolar muito difícil. Minhas notas em redação durante todo aquele ano foram baixíssimas, entretanto acabei passando de ano em função das boas notas tiradas em gramática.

PS: O que falo no texto acima é verídico e vale como um toque para os educadores. Só resolvi narra-lo em função da confiança que este site passa as pessoas.